4 de fevereiro de 2014

metáforas para o novo ano

Casa Casita, vontade de nela estar. Quero tocá-la:
Lixar farpas de seus alicerces, pintar de texturas que nos agrade a parede que nos sustenta. Plantar telhado verde-amarelo todo-espectro, que aceite e receba arcos, Íris e bençãos d'água. Quero a casa seja eu, seja tu e nós, casa eu-tu-elas.
Manter-la estrutura de nosso cotidiano, orgânica afeição que no dinamismo do que é vivo se refaz...
Afetividade-movimento como a mão em carícias por sobre cabelos e barba, pele púbis de ardente amor, forte batente que nos livre e liberte passagens por entre novos cômodos de nós mesmos, renovados interiores onde cresçam meninas, tempos e almas...

17 de janeiro de 2014

Fragmentos


...E até os robôs, livres da desumanidade,
entoarão os cantos de liberdade,
farão das preces sua memória de futuro
romperão de suas placas e parafusos
a pulsação constante de um amor profundo
Mostrarão para o mundo
a possibilidade, ante os mais duros,
da lata fria tornar-se menos rude,
da alma fria renovar-se, amiúde.
Renovar-se, amiúde...

23 de maio de 2013

branco tempo liberto

Que sentimentos advém
quando permitimos, leve, suave,
o profundo desabrochar de uma
singela e sincera maturidade?

Não, os cabelos brancos não são
fios que nos conduzem ao fim.

Antes, são divinos sinais das oportunidades
de vislumbrar nossa grandeza interior:
como a plenitude que vive a borboleta
ao sentir liberto o colorido de suas asas.

16 de maio de 2013

montando na força que me comanda

Toda atitude impensada,
razão descontrolada de atos
são como áreas, inteiras,
desmatadas na floresta de nossos sonhos.

Impaciência, irritação: árvores tombadas
tristes quedas de íntimos recursos,
abatimento em nossa reserva natural.

Que a brandura do broto e a humildade da semente
possam inspirar a recuperação de nossa ventura -
plena floresta de humanidade.

27 de março de 2013

nós, fina folha...

o que diria a fina folha delgada do capim
ao portentoso tronco do imenso jatobá?

o que diria a suave pétala rósea
ao teu afiado espinho?

frondosos corpos de luz,
arbóreas almas:

ainda que arraigadas na terra,
plena de copa ensolarada
e eterna de crescimento rumo ao iluminado sol.

12 de setembro de 2012

feixes não esquecidos

Que a luz clara do dia
nos seja a vista mais bela
pra gente fazer dela
prisma que ilumina
paisagens de dentro...

1 de junho de 2012

"Pitoco"

Quando o Pitoco morreu, em 2004, forte foi o consolo destas palavras do Gui Pupo, meu irmão.

"Pitoco, Pitoco louco, cachorro da pá virada. Aonde o dono ia ele seguia. Às vezes de carro, bicicleta, busão ou até mesmo a pé, cachorro feliz. Pulava e latia, quando fugia só os santos o seguia, até visitou o São Marcos. Na correria pegava carro, carteiro, motoboy e o que mais vinha. Dormia fora queria ficar dentro, dormia dentro queria ficar fora, todo mundo o adorava, do vizinho até a sua casa, todos diziam "Que fofinho".
Agora na lembrança, em vlta da mesa do chá, lembramos seus feitos e defeitos, que em algum lugar ele vá levar a alegria de sempre e a tristeza de nunca, pois ele é livre, assim como o vento que corre para todo os cantos, como ele, sua raça era especial: "vibrador", não tinha igual. Apenas os rabos e as patas, que agora dentro de nossos corações e dentro de nossas mentes brinque em paz."

Irmão, essa dedicatória é para você, que sabe uma porção de histórias dele e que sem tristeza pense nele, como todas outras coisas importantes: semeia, brota e morre.
Um beijo e um abraço do seu Irmão
Te amo."