21 de maio de 2009

Ao que seria o Nada, ao que diriam Irreal

Sons que não vejo
Imagens que não acaricio...
Um mundo que não é meu?
Pois não desejo possuí-lo, afinal
quem teria o cheiro e o tempero do imaterial?

Eu mergulhado dos pés a cabeça
afinado de sintonia, preenchida frequência universo sideral.

O que se faz de consciência?
Do sublime um concreto pensamento
ao que tudo indica menos denso que a finura dum papel.

Aos objetos não inspirados;
aos odores que não se degustam;
às ausências humano-corporais;
ao sentimento que se emana:

Endereço um olhar longevo
e a completude irrestrita de meu toque;
Ofereço meu cego paladar
uma tênue e perene vibração.

Dedico a certidão de uma palavra incabível,
e o clamor ilógico de uma razoável esperança.