13 de dezembro de 2010

Learning Process (speak and fly)

My ability to love
is like my desire
to speak in english

In my head, fluency,
and I talk so easily
I would dive, deeply
(as a dolphin dove up
emerging to the sky),
in each letter of my heart.

Nonetheless,
in my mouth
the book remains on the table.

But I know the law...

and as much as I try
my existence gets so high

To keep misunderstanding
away from us, I will spell,
fast as I can
(slowly as I am)
and clearly as possible,
all the words in my mind:

Love is a cosmic magical key.
Love is the answer
I will combine
your soul and mine

4 de outubro de 2010

(des)governo

Vozes de mim ressoam...
vastos painéis me dizem quem sou?
painéis, vozes... palavras
informações de outros eus
eu-anímico,
eus maníacos
de outros tempos:
maníaco depressivo
maníaco mental
maníaco sexual
maníaco verbal
mania de ego
mania de esquecer de
saber quem sou.

mania assim sem voz
sem palavras
sem painel
sem cartaz
nem autidor

só silêncio.

mas sei que nem mil minutos televisivos
seriam capazes de expôr o que sou.
E eu, candidato imaturo,
que já ocupo cargos
incultos,
me governo para o que?

26 de julho de 2010

Presto Sim

Sim, presto sim.
presto continência
a todos os emblemas.
ditos cujos, vossas execelências...

ah, duvide disso não
que pois inté mesmo
quem acha que não, já viu
de perto um corpo maior
e sem pestanejar,
num raio de segundo,
arvorou costume novo...
Rá, de imediato!

14 de março de 2010

Dias de Vento

Tem dias que,
mesmo sem querer,
damos passagem
ao vento amigo que,
suave, carrega pra
longe de nós angústias,
inseguranças e até
mesmo os menores
e propositadamente
escondidos - e por
isso deveras nocivo,
medinhos da vida.

E leves, respiramos o ar
envolto que nos graça...

Como a brisa da noite
que penera a areia fina
da praia, nos refazemos
de novos pensamentos
(aqueles que não tem peso)
perdoados pela convicção,
que nos é muito própria,
da necessidade
daquelas transformações
que cotidianamente
solicitam-nos atenção.

4 de março de 2010

Viagens de Sertão

Hoje desembocou um bocado de memórias do sertão, que falando-me desde setembro passado, só encontrei jeito de dizê-las agorinha há pouco....

Naquela manhã
foi-se o vento da discórdia
que sempre passava
assustando o vilarejo.

Naquela manhã,
foi-se o tempo de cólera
que há muito não o abandonava

Naquele dia,
viu-se uma margarida
em festa clara, pelo vale todo
E ele, enluarado fazia-se pasto...
não de capim, nem de arado,
mas de uma fome sertaneja
que encobria-nos até as cabeças
não saciava-se de pão e nem de girimum,
nem virando a panela ao avesso

Essa fome era das noites do sertão
do banquinho da fogueira,
da brasa de um coração
de uma festa mateira
que corria solta, sem estribeira
no cancioneiro do peito
da viola de um violeiro.

Por essas casas marcam-se histórias,
delas todas, dores, tristezas e festejos
que não se desbotam - como o pasto,
que mesmo marcado, judiado de seca,
não se ressente da estiagem nem
da quentura dos longos dias
e rebrotava firme e vigoroso
assim que no céu a nuvem surgia

Não há jeito de se esquecer,
marca de memória tem registro forte,
profunda na gente a maneira de ser
tantas vezes mais doído que
gado marcado, ferrado a fogo.

O fogo das lembranças, é que
ela queima e arde, talhando
na alma as coisas muito nossas,
lambendo tudo e fagulhando desde
dentro pelo miolo do íntimo,
sem nem mesmo a gente se aperceber..

Mas basta a sobriedade da coragem
de tudo isso querer ver, re-esculpir
pra fazer do fogo das lembranças
formão de aparador, desbastando e
desvelando tudo aquilo que o sonho da noite,
claro como a luz do dia,
há tempos já nos indicou.


slide antigo do padrinho fernando, retrato de uma viagem do passado