3 de junho de 2009

Zen remuneração

Assim, assim
sempre ouvi dizer
que na estrada sempre tem aforismos...

que nas entradas fazem-se vidas
que as enxadas fazem-se vivas
quando se tenta curtir o campo

que de olhos fechados faço o mundo
do jeito que ouvi dizer que era
do mesmo sempre que a grande eternidade prometeu
quem foi Ptolomeu? quem foi Isaías?

não estou de saída
o caminho mais longo é minha via
estreita porém carregada de beleza
cheia, porém no mar tem água salgada que banha a baleia
destreza no meu calcanhar que pisa onde finda o mundo
mas só quando fecho meus olhos...

descubro que mesmo cerrado me faço de olhares
pra espaços que vão pra além de minhas imagens
restritas de materialidades objetivas
mas se conjugo em outros tempos
impossível passa a ser subjulgar o mundo
esse que caminho, ao menos... e há tantos mais...
menos é mais
mais não é menos
nada há de ser feito "mais ou menos"
caminhemos,
caminhemos,
caminhemos. Em tu.

A dios, Sai Baba

1 de junho de 2009

Tempo II

(...)
Ninguém sabe o que será
Do tempo futuramente
Mas o tempo do presente
Tudo tem e tudo dá
O que tem no tempo está
Em um caderno anotado
Tudo o que o tempo tem dado
De tempo em tempo se soma
Que o tempo com tempo toma
Tudo o que deu no passado

O tempo não tem feição
Não tem cheiro, não tem cor
Não tem som, não tem sabor
Voa sem ser avião
Rouba mas não é ladrão
Carrega tudo o que cria
Tempo é vento que assovia
Que passa e faz piruêta
E o vivente é borboleta
Levada na ventania
(...)

Siba

Ao vê-la

Ao ver uma criança
Singela flor que se revela
Pense leve, doce ternura

Ao ver uma criança
Nosso banho de esperança
não tome tempo, ascenda sempre

Para o broto das infâncias
muita terra a revestir suas raízes

Ao ver uma criança
Imagine-a vestida, muitas luzes,
intencione sonhos e desejos das mais belas matizes.

A música a me acompanhar

Ver o sorriso de uma criança
É o batismo de esperança
No despertar dessa infância

Ver o batismo dessa criança
É o despertar de uma esperança
No sorriso da infância