Ocê sabe onde tá a vida, seu moço?
E ocê moça, ocê sabe onde tá a vida?
Às veis ela me conta
é, ela me conta, mas só as veis...
Ela me conta que a vida tá
no quintal que a gente a caminha,
pelo mundarel de gente na avenida
Nas moléculas que se organiza,
por dentro a me transformar
No gato que ronrona,
na galinha que cacareja
Nas mãos que me toca...
A vida tá nos zoio, ocê entende?
Onde está a vida menino? ela me pergunta...
e por mais que eu feche os olhos num tem jeito de não escutar...
A vida tá no carrossel que gira
nos planeta lá do céu que orbita
na esquina do encontro
na frase mal dita
na refeição reposta
nas respostas atravessada
num grito do alto de uma montanha...
Onde tá a vida, seu moço,
senão em nosso oiá?