Mas foi assim, deitei os olhos.
Fui lá no meu menino, longe pra ver como é que foi.
Naquilo que era o meu presente, eu, pela lente dele,
via claro, via nítido, via sim. Via o desenrolar do rolo velado.
Naquele momento ali, passado era presente no futuro.
Então ao menino representeei. À mim, me recoloquei.
Ao menino então lancei: “Ei, menino, caminhe à frente” –
como num espelho, eu caminho cá tu caminha rente.
Nas costas dum espelho espelhado tu caminha cá, eu caminho rente.
Ninguém sabe ninguém nunca viu, qualé que é eu, qualé que é tu.
No passado tu - tá presente eu, no futuro eu - tá presente tu.
Qualquer é tu, qualquer sou eu. No tracejado reto
do plano espelhado, qualquer imagem é objeto, de qualquer
jeito eu sou tu e tu sou eu.