21 de setembro de 2009

Brasília, mais dias de agosto.

A vida inteira
passei me apurando
correndo todo apressado
punha o corpo onde não cabia
queria estar onde não havia
deixar a mente onde não devia

Agora que o dia se aclara
Eu, devagarinho,
vou descobrindo as intempéries do ser

A vida todinha
inventei de cobrar
cada centavinho
que pudesse tirar
A culpa caxia convidei como inquilina
Servindo-me de longe a comida fria

Vendo de Brasília
parece que as coisas estão mais claras
Céu aberto enxergo mais adiante

A Terra sempre é quem gira
e o Sol no poente
é miragem do nascente
E o Sol nascente
É a vista mais certa
de certo toda eterna
De nossas coisas vivas
que vivem pra sempre.