22 de setembro de 2009

Fragmentos II

Eu sei que um dia devagarinho, eu partiria. Não caminho sozinho tampouco de mala vazia. Pras acontecências da vida no dia deixaria um pensamento taciturno, um sorriso e votos de alegria. A tristeza não desapareceria. Ainda assim devo saber que partiria...

Sempre partimos, nem sempre juntos. Caminharíamos rente ao muro com pensamentos fiéis, feito os cães malhados branco e preto escuro. Tão pouco compreenderia, mas quem saberia o rumo certo de se aprender sem receio do desconhecido, carregado e inteiro naquilo sabido?

Tinha tantos sonhos, daquela vez não sumiriam, hoje bem seguros no bornal:
- cultivo-os em crença fértil, terra que se recupera, ligeira, sedenta, saciada como quem rega na despeja d'água!

Nem todos os referendos me fariam desistir. Não é disso que se trata, também não é certeza exata, mais prum suspiro de ar
rarefeito de peso, abundante de entrega. Salientes calos na boca me fizeram pensar, calar.

"Dobre sua lingua seu moço, já é temporada... trate de arriar os anseios, botá fermento, pelejá. Ceis não sabe mais comé, talvez um dia... Será que nunca souberam? Nessas histórias, a vida é viajar, usar o corpo santo, santificar? A vida é volta, sem pestanejar. O sertanejo é viajeiro sem destino, nas trilhas vai tudo caminhar. Mesmo nos caminhos que nunca ouviu falar... ou que tanto ouviu, e nunca fez sinal de ir lá.. pastar..."

Jogo é fogo, queimar os lentes... Aach, desgraçou o grupo. Lei rechaçou.

Caminhante grande esse, sujeito e chão, sujeito e sua mão. Mão pra expiar, expurgar tudo de mal, que um dia quis acrescentar:
No coitado do coração...

"O ruim, o duro da vida? É da gente!"